É preciso criar dinheiro

A recessão econômica é resultado da Covid-19.

Começo fazendo esta afirmação porque muita gente tem falado que o arrefecimento da atividade econômica é fruto do isolamento social. Errado. O isolamento social é a única forma (pois não temos ainda uma vacina para combater o vírus) de diminuir a propagação de contágio e evitar o colapso do sistema de saúde.

O isolamento tem por objetivo evitar que muitas pessoas sejam contaminadas ao mesmo tempo, pois o sistema de saúde não tem leitos suficientes para absorver a muitos simultaneamente. A intenção é desacelerar a velocidade de contaminação.

O efeito de pessoas em casa e estabelecimentos comerciais fechados é a redução da atividade econômica. E como consequência temos o endividamento das empresas que não vendem, mas tem custos a pagar, somado ao aumento do desemprego.

É neste momento que o Estado deve agir, ser rápido e imprimir dívida se for preciso.

Pessoas precisam ter uma renda mínima garantida. Foi criada a renda emergencial de R$ 600,00 por três meses. A proposta é correta, o erro está na burocracia. Quem tem fome precisa do dinheiro agora e não depois. Mas o sistema eletrônico disponibilizado para a solicitação do auxílio é moroso, trava e apresenta constantes erros. Ainda o brasileiro médio tem dificuldade no cadastro eletrônico. É preciso simplificar a operação. Poderíamos neste momento disponibilizar bolsa a todos, sem exceção.

Também medidas de empréstimos aos MEIs, micro e pequenas empresas foram aprovadas. Mas a burocracia somada às grandes exigências de garantia faz que o crédito seja negado a quase 70% dos empresários que o solicitam.

O momento é inédito, extraordinário e exige políticas rápidas e corajosas. O risco de inflação não existe e o governo deve criar dinheiro, ou seja, monetizar dívida.

Como?

Simples! O Tesouro emite título público e o Banco Central compra (isso não é permitido por lei, é preciso flexibilizar a lei neste período de pandemia exógena); o governo paga bolsa emergencial a todo brasileiro e fornece crédito subsidiado às empresas.

Só assim é possível evitar um colapso ainda maior.

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Priscila X. da Silva
Priscila X. da Silva
3 anos atrás

Parabéns Jonatas pelo texto de fácil entendimento para pessoas como eu leiga no assunto.