A importância da reserva de emergências

A pandemia da Covid-19 deixou evidente a importância da reserva de emergências.

A reserva de emergências tem como função proteger a pessoa de sazonalidades do fluxo de renda.

Pessoas físicas e jurídicas estão sendo afetadas pela diminuição da renda neste momento de pandemia. Algumas mais e outras menos, mas é difícil apontar alguma pessoa que não teve sua renda arrefecida como consequência da crise sanitária.

A ajuda financeira do Estado não chega. A maioria das pequenas empresas tiveram o acesso ao crédito negado, e parcela significativa dos brasileiros ainda não conseguiu aprovar ou receber o auxílio emergencial.

A reserva de emergências é como a caixa d´água de uma casa: sua função é prover um fluxo contínuo na ausência da fonte normal. A reserva de emergências protege as pessoas do aumento repentino das despesas ou diminuição inesperada da renda.

E qual o valor ideal da reserva?

Obviamente que quanto maior melhor. Mas trabalhadores autônomos ou comissionados devem formar uma reserva maior que servidores públicos que possuem estabilidade.

Costumo dizer que a reserva de emergências deve cobrir os gastos mensais por um período de 3 a 12 meses. Três meses é o tempo mínimo e deve ser a reserva de servidores públicos, aposentados e pensionistas que estão menos sujeitos a diminuição da renda. O risco maior ao qual eles estão sujeitos é o de uma despesa eventual e inesperada. Já aos trabalhadores assalariados eu costumo aconselhar um montante que cubra 6 meses dos gastos mensais. Os profissionais liberais e comissionados devem ser ainda mais precavidos e perfazer um montante para 12 meses de gastos. Não, não é exagero.  

O brasileiro não tem o hábito de poupar, seja ele rico ou pobre. São poucos os brasileiros que poupam, e que se planejam para eventuais cenários indesejados.

O pobre alega que suas receitas não são suficientes nem para o dia-a-dia, quanto mais para formar poupança. Ele tem razão, a renda é baixa, mas em uma eventual emergência ele tem que fazer empréstimo e se endividar comprometendo seu fluxo de renda com o pagamento de juro. Isto quando ele não precisa se desfazer dos poucos bens que possui. Mesmo sua renda sendo baixa é inteligente poupar parte dela para as eventualidades que cedo ou tarde ocorrerão.

A classe média também não poupa. E quando tem poupança ela é insuficiente. Ela acredita estar acima das adversidades. Imagina que nunca será afetada por alguma tragédia. Ledo engano.

Nos anos que trabalhei com consultoria financeira atendi ricos e pobres. Vi pobres devendo pequenas quantias, mas que proporcionalmente à sua renda era um valor alto. E vi pessoas de renda média completamente falidas.

O brasileiro não tem o hábito de controlar seu fluxo de caixa, de anotar receitas e subtrair despesas. De comprar de forma planejada, de pensar à frente, de poupar e comprar à vista para não pagar juro. O brasileiro compra por impulso e adora ostentar uma vida acima de sua capacidade financeira.

Educação financeira deveria ser matéria do ensino médio. Matemática básica e raciocínio lógico uma prioridade do currículo escolar.

Para terminar, se posso lhe dar um conselho, é que você crie o hábito de anotar suas despesas e as analise criticamente. Veja se a vida de consumo que você leva é combatível com a sua renda. E poupe, que seja 10,00 no mês. O hábito é mais importante que a quantia. Desenvolva o hábito de poupar todos os meses.

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